Você quer melhorar os seus ganhos, mas não sabe como aplicar corretamente o seu dinheiro? É natural que um investidor iniciante tenha dúvidas sobre o funcionamento do mercado. São dezenas de opções, com taxas e prazos diferentes para escolher, o que aumenta a dificuldade, mas também as oportunidades de lucro.
Entender o que é renda fixa e renda variável, além de conhecer os principais tipos de investimentos, é fundamental nesse começo. Se você nunca estudou sobre o assunto, fique tranquilo! Algumas dicas são infalíveis para cuidar melhor do seu dinheiro e procurar formas de multiplicá-lo.
Pensando nisso, preparamos este guia para você dar os primeiros passos no mercado financeiro. Confira a seguir todas as informações que separamos para aumentar o seu patrimônio!
Qual é a diferença entre renda fixa e renda variável?
Os investimentos podem ser divididos em dois grandes grupos: a renda fixa e a renda variável. Eles são completamente diferentes entre si, mas isso não significa que sejam excludentes. Inclusive, o recomendado é que se monte a carteira (grupo de ativos que pertencem à pessoa) com esses dois tipos.
Os investimentos de renda fixa são indicados para quem tem o perfil conservador, ou seja, aqueles que querem aumentar o seu patrimônio de forma previsível, sem correr grandes riscos. Em geral, a rentabilidade desses títulos é conhecida no momento da aplicação ou seguem algum indexador, como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário).
Uma das características da renda fixa é que a maioria dos seus investimentos são cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Cada CPF tem a garantia de que receberá até R$ 250.000,00 por instituição com limite de R$ 1 milhão em caso de problemas com a instituição financeira que emitiu o título. Poupança, CDB e LCI são exemplos de ativos nessa lista.
Os papéis de renda fixa, em geral, são títulos de dívida, em que o emissor capta esse dinheiro como um empréstimo. No prazo combinado, o credor recebe o valor acrescido de juros, como acontece nos créditos tradicionais.
Os investimentos de renda variável, como o nome sugere, são mais imprevisíveis, ou seja, não existe a possibilidade de conhecer a sua rentabilidade no momento da aplicação. Dessa forma, eles são indicados para quem tem o perfil mais arrojado, ou seja, quem está disposto a correr riscos para aumentar os seus ganhos.
As ações são o tipo de renda variável mais conhecido, mas existem outras opções, como os fundos de investimentos imobiliários, fundos cambiais e outros. A sua principal característica é que não há a garantia de que esse dinheiro será retornado. Porém, ao mesmo tempo, os seus ganhos podem ser muito acima da renda fixa, o que torna essa variação um grande atrativo.
É importante ressaltar que, apesar dessa imprevisibilidade, é possível ter ganhos consistentes com as ações. Assessores com conhecimento elevado no mercado financeiro ou gestores de fundos de investimento desenvolvem estratégias e métodos para lucrar com essa variabilidade e garantem conseguem resultados positivos para os seus clientes.
Quais são os tipos de investimentos para o investidor iniciante?
Separamos os principais tipos de investimentos para você aumentar o seu patrimônio. Conheça mais sobre eles!
1. Ações
No mercado de ações, o investidor compra uma participação nas empresas que estão listadas na bolsa de valores, ou seja, que têm capital aberto. O objetivo é aproveitar o crescimento dessas organizações e vender esses títulos no futuro por um preço mais elevado, o que representa um lucro na operação.
Nessas operações, a tributação é fixa de 15% sobre o lucro e feita somente no resgate, ou seja, é ideal para quem busca investimentos de longo prazo. Em geral, as taxas cobradas são de corretagem (por operação) e de custódia, já que as suas ações são “guardadas” pela corretora. O mercado de ações é recomendado para alavancar os seus ganhos, com rentabilidades maiores.
2. Fundos de Investimento
Os fundos de investimento são uma opção interessante para quem deseja participar do mercado financeiro, mas não tem muito conhecimento ou não tem tempo suficiente para analisar os papéis mais vantajosos. Nessa modalidade, o investidor iniciante compra uma cota do fundo, em que o gestor escolhe os ativos que constituem a carteira.
Essas pessoas que são responsáveis pela gestão do fundo são profissionais de experiência no mercado e que desenvolvem estratégias próprias para lucrar com a movimentação da bolsa. Em geral, há as taxas de administração, que são cobradas por todos os fundos, e a taxa de performance, que é cobrada por alguns fundos.
Existem vários tipos de fundo e para todos os investidores — desde os conservadores até os arrojados. Os mais comuns são os fundos de ações, que direcionam a maioria da sua carteira para esse mercado, e os de renda fixa, que são para aqueles que buscam mais segurança. Já os fundos multimercado diversificam os ativos em diversas modalidades de investimentos tais como: juros, moedas, ativos internacionais, renda fixa e renda variável.
3. Poupança
Esse é o investimento mais conhecido e o mais utilizado pelos brasileiros. Segundo dados do início de 2018, 85% da população tem conta desse tipo, principalmente, pela sua facilidade. O problema é que ela tem as menores taxas do mercado, o que é acentuado pela queda dos juros para 6,5% nos últimos anos.
A poupança pode ser considerada como um investimento, porque o dinheiro rende mensalmente — atualmente, o ganho é de 0,37% nesse período. Seus grandes benefícios são a ausência de taxas de manutenção e do pagamento de imposto de renda.
Ter uma poupança não é uma opção valiosa para quem busca aumentar o seu patrimônio. Existem outros produtos de renda fixa com a mesma segurança que pagam mais, como o Tesouro Direto e o CDB, que são opções mais viáveis.
4. Títulos Públicos
Os títulos públicos foram criados para financiar a dívida pública, ou seja, são uma forma de o cidadão emprestar dinheiro para o Governo Federal. Em troca, ele recebe uma rentabilidade combinada no momento da compra. Esses papéis são emitidos pelo Tesouro Nacional e podem ser adquiridos pelo site do Tesouro Direto, a partir de R$ 30.
Esses títulos sofrem tributação regressiva, que vai de 22,5% até 15% — aplicações acima de 720 dias pagam o valor mínimo, que é retido na fonte. O número de opções é um dos seus benefícios, já que é possível encontrar papéis com liquidez diária, como o Tesouro Selic, ou papeis pré-fixados, com vencimento até 2045 e taxas mais altas.
Os títulos públicos são considerados o tipo de investimento mais seguro do país, por conta da garantia do Tesouro Nacional. Isso quer dizer que a única possibilidade de não receber o dinheiro é no caso de o país quebrar, o que, naturalmente, faliria todos os bancos privados e deixaria o sistema financeiro em colapso.
5. Fundos Imobiliários
Os Fundos Imobiliários são uma ótima opção para quem deseja investir nesse setor sem a necessidade de comprar um imóvel. Assim como nas modalidades tradicionais, as pessoas compram cotas do fundo, que é administrado por um gestor. Cabe a ele encontrar as oportunidades de investimento e buscar uma boa rentabilidade para o investidor iniciante.
Uma particularidade é que, assim como no mercado imobiliário tradicional, os cotistas desses fundos recebem um aluguel mensal — 95% do lucro é distribuído para os participantes do grupo. É possível procurar uma valorização nos papéis, ou seja, vendê-los por um preço acima do adquirido, como acontece com as ações.
A sua principal vantagem é a liquidez. Ao contrário de um imóvel fixo, a burocracia para participar de um Fundo Imobiliário é mínima e as negociações são rápidas, o que garante um recebimento mais rápido dos lucros. Os FIIs são um investimento de renda variável e representam uma ótima chance de garantir uma boa rentabilidade, mas contêm riscos.
6. LCI e LCA
A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra da Crédito do Agronegócio (LCA) são títulos de renda fixa emitidos pelas instituições financeiras. Esses recursos são destinados para os fins específicos e oferecem uma taxa de rentabilidade, em geral, próxima ao CDI, mas são ativos de baixo risco.
Para o investidor, não existem grandes diferenças entre os dois tipos, já que não há variação nos ganhos (como ocorre nos Fundos Imobiliários). Por isso, a decisão deve levar em conta os prazos, as taxas e a aplicação mínima. A grande vantagem é que esse investimento é isento de imposto, ao contrário do CDB e do RDB.
Para o banco emitir esses títulos, é necessário usar uma garantia física, como imóveis ou produtos rurais. Esses setores são vistos como estratégicos para o país, o que explica a ausência de tributação. Dessa forma, os investidores financiam o crescimento de ambos, com o crédito para os produtores e aqueles interessados em participar do mercado imobiliário.
7. Debêntures
As debêntures são um título de dívida emitidos por empresas privadas, desde que não sejam instituições financeiras ou de crédito imobiliário. Dessa forma, funcionam como um empréstimo feito pelo investidor, que se torna um credor e recebe os juros combinados no momento da emissão.
Os títulos são divididos entre simples e conversíveis. No segundo caso, podem se transformar em ações da empresa no prazo estabelecido, enquanto, no outro, não há essa possibilidade. O rendimento das debêntures é parecido com o Tesouro Direto, podendo ser pré-fixados (taxa fixa) pós-fixados (seguem um indicador, como a Taxa Selic), ou híbridos (composto por uma taxa pós mais uma taxa pré).
Ao contrário das debêntures regulares, as debêntures incentivadas são isentas de imposto de renda. Porém, vale destacar que esse tipo de investimento tem riscos, já que a empresa pode não pagar o rendimento e não há garantia do FGC.
8. CDB e RDB
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) e o Recibo de Depósito Bancário (RDB) funcionam como os títulos públicos, mas são emitidos por instituições privadas. Nessas modalidades, o investidor concede o seu dinheiro e recebe o valor de volta depois de algum tempo com uma remuneração — essas taxas são combinadas na contratação.
A diferença entre os dois tipos é que, no segundo, não existe a possibilidade de retirar o dinheiro antes do vencimento. No caso dos CDBs, é possível negociar a sua retirada, mas o cliente perderá rentabilidade. Eles também podem ser pré-fixados ou pós-fixados e, em média, o seu prazo mínimo é de 30 dias.
Quanto maior for o tempo acordado, maior será a remuneração. Dessa forma, títulos de cinco anos ou mais pagam acima do CDI, mas são considerados objetivos de longo prazo. Por se tratarem de investimentos de renda fixa, o CDB e o RDB têm proteção do FGC, mas sofrem cobrança de IR regressivo.
9. Previdência Privada
A previdência privada é um tipo de investimento voltado para o longo prazo, ou seja, para quem deseja ter uma aposentadoria mais confortável ou quer alcançar um objetivo daqui a alguns anos. Nesses fundos, o cliente pode realizar aportes mensais ou depositar somente uma única vez — as taxas são variáveis.
Existem dois tipos de fundos de previdência: o Plano Gerador de Benefício Definido (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL). A grande diferença é que o PBGL permite abater as aplicações no Imposto de Renda, o que é ideal para quem faz a declaração completa de imposto de renda anualmente e quer diminuir o valor do pagamento.
Outra questão é a diferenciação entre as tabelas progressivas (7,5% a 27,5%) e regressivas (35% a 10%). A primeira é recomendada para quem retira valores mensais pequenos, ou seja, o IR será menor. Já a segunda é a mais comum e privilegia quem mantém o dinheiro por mais tempo. Vale ressaltar que esses fundos também têm taxa de administração.
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