Fundo mútuo de privatização: o que é e como investir seu FGTS nele?

O mercado financeiro oferece diversas possibilidades de investimentos para quem deseja diversificar o portfólio. Contudo, ainda existem alternativas desconhecidas pelos investidores. Entre elas, está o fundo mútuo de privatização, que pode ser interessante para a diversificação dos recursos do FGTS.

Contudo, antes de investir, é importante entender o que é e como funciona esse tipo de fundo. Dessa forma, você pode analisar se o investimento está adequado às suas necessidades e expectativas.

Neste artigo, você entenderá o que é um fundo mútuo de privatização e como investir o dinheiro do FGTS nele. Vamos lá?

O que é um fundo mútuo?

Antes de conhecer o fundo mútuo de privatização (FMP), é preciso entender o conceito de fundo mútuo. Trata-se de uma modalidade de investimento coletiva, que reúne diversos investidores interessados em participar dos seus resultados.

Para isso, eles devem adquirir cotas de participação. Nesse caso, quem faz o manejo da carteira do fundo é um gestor profissional. Ele realiza as alocações dos recursos de acordo com a política de investimentos do veículo.

O trabalho do gestor é remunerado pela chamada taxa de administração. Ela é cobrada dos cotistas como um percentual anual. Além disso, os fundos mútuos podem ter foco em diferentes alternativas do mercado financeiro.

O fundo de ações, por exemplo, investe a maior parte dos recursos em papéis e ativos relacionados a eles na bolsa de valores. Todas as informações referentes à estratégia e outros dados relevantes devem constar na lâmina do fundo mútuo.

Ademais, além do gestor, existe uma equipe de administração responsável por garantir que o veículo financeiro seguirá todas as regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O que é um fundo mútuo de privatização?

Agora que você sabe o que é um fundo mútuo, fica mais fácil compreender o FMP. Essa modalidade de investimento foi criada em 2000, durante a operação de capitalização da Petrobras. Em 2002, outro FMP foi criado, na terceira etapa do programa de privatização da Vale do Rio Doce — atualmente Vale.

Assim, o FMP tem o objetivo de investir em ações de empresas estatais em processo de privatização. Além disso, o fundo mútuo de privatização permite utilizar os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Dessa forma, o investidor tem mais uma opção para usar e investir um dinheiro ao qual ele só tem acesso em condições especiais. Logo, o fundo mútuo de privatização pode servir como fonte de diversificação dos recursos alocados no FGTS.

Vale ressaltar que, ao optar por investir o montante no FMP, o rendimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço — ao menos de uma parcela dele — perde o rendimento garantido e passa a ter retorno variável.

Afinal, ao investir em um fundo mútuo de privatização, a rentabilidade dependerá da performance das ações da companhia que faz parte do portfólio do veículo de investimento.

Como funciona o FMP?

Como você viu, o FMP funciona como qualquer fundo de investimento. Contudo, o fundo mútuo de privatização é constituído com recursos das contas do FGTS dos trabalhadores que desejam ingressar nessa modalidade de investimento.

Ao investir seu FGTS nele, você confia no trabalho de um gestor responsável por utilizar os recursos para compor uma carteira de ativos. A rentabilidade obtida é distribuída entre todos os participantes do fundo.

Vale ressaltar que o investimento nessa modalidade financeira está limitado a 50% do saldo do FGTS do trabalhador. Logo, não é possível investir todos os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço no FMP.

Contudo, desde que o investimento não ultrapasse 50% do saldo da conta do FGTS, você pode investir em diferentes fundos mútuos de privatização. Ademais, o aporte e o resgate de um FMP ocorrem diretamente a partir da sua conta do FGTS.

Quais as vantagens e riscos para o investidor?

Após saber o que é e como funciona o FMP, é importante conhecer suas vantagens antes de investir o dinheiro do FGTS nele. O primeiro benefício é a possibilidade de diversificar os rendimentos.

Em vez de manter todos os recursos na remuneração tradicional do fundo, você pode expor uma parcela do montante aos retornos de um investimento diferente — e que faz parte da renda variável. Dessa forma, o investidor pode otimizar os retornos sem se limitar a uma única possibilidade.

Aqui, vale ressaltar que o saldo do FGTS conta com a segurança do Governo, embora seja possível ter um rendimento menor que a inflação. No entanto, o fundo mútuo de privatização não conta com essa segurança. Logo, existe o risco no investimento.

O prazo de permanência do aporte no fundo é outro ponto de atenção. Em geral, investimentos em ações são mais adequados para um horizonte de longo prazo. Portanto, se o investidor precisar dos recursos em curto ou médio prazo, o ideal é que ele já tenha uma reserva de emergência.

Se ele for demitido e precisar do dinheiro do FMP, por exemplo, pode ser obrigado a sacar os recursos em um momento de baixa das ações. Então é preciso ter atenção antes de optar pelo aporte em um FMP.

Quando vale a pena investir o FGTS em fundo mútuo de privatização?

Agora que você conhece a possibilidade de investir seu FGTS em FMP, pode se perguntar quando vale a pena fazer o aporte. Para isso, é preciso ter atenção à sua tolerância ao risco. Isso significa que o seu perfil de investidor influencia na decisão de optar ou não pelo fundo mútuo de privatização.

Ademais, embora seja permitido investir até 50% do saldo do FGTS, é possível alocar uma parcela menor. Isso ajuda a evitar frustrações no futuro, devido a potenciais perdas. Antes de optar pelo investimento, também é importante verificar o desempenho histórico do fundo.

Vale ressaltar que resultados passados não garantem lucro futuro, mas essa análise ajuda a conhecer a performance do FMP em diferentes situações. Ainda, é preciso verificar a disponibilidade dos fundos, pois alguns deles fecham para aportes em determinados períodos.

Com essas informações, você entendeu que é possível investir seu FGTS em um fundo mútuo de privatização. Para isso, lembre-se de analisar as suas necessidades e tolerância ao risco. Assim, será possível diversificar a carteira de forma mais acertada e compor um portfólio mais robusto.

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