Seja você um iniciante em investimentos ou alguém com experiência que precisa diversificar as aplicações, os produtos de renda fixa são sempre importantes em uma carteira lucrativa.
Além deles servirem como uma proteção para parte do seu dinheiro a médio e longo prazo, é um local ideal para alocar valores destinados à reserva de emergência, por exemplo.
Mesmo que nos últimos anos as taxas da renda fixa não sejam tão atrativas como em outras épocas, esse costuma ser o primeiro passo de uma pessoa que começa a estudar sobre o universo financeiro.
Agora, se você quer aprender um pouco mais sobre os investimentos de renda fixa e como balancear e evitar possíveis perdas, a Atrio Investimentos preparou este conteúdo para te ajudar neste processo.
O que são investimentos de renda fixa?
A renda fixa é um tipo de investimento onde, muitas vezes, é possível fazer um cálculo prévio da rentabilidade do dinheiro aplicado. Ou seja, dependendo do tipo do produto, você sabe exatamente quanto terá de retorno no ato da aplicação.
Esse é um produto considerado como uma base para qualquer tipo de investidor, seja ele de perfil conservador ao arrojado. Em outras palavras, podemos dizer que é a “porta de entrada” para uma pessoa que deseja cuidar melhor do seu patrimônio.
Neste caso, podemos dizer que você empresta dinheiro a alguém. Na renda fixa, seria uma instituição financeira, o próprio governo, ou, empresas dos mais variados segmentos.
Como consequência, estará recebendo juros pelo tempo em que a quantia ficou sob posse dessa instituição/empresa de acordo com taxas e papéis acordados antes da aplicação.
Principais investimentos em renda fixa
Dentro do universo de renda fixa, o investidor poderá escolher diferentes produtos para alocar o seu patrimônio, sempre de acordo com suas metas, objetivos e interesses, ou seja, do seu perfil de investidor.
Até mesmo os investidores mais arrojados, loucos por Wall Street e predominantemente investidores da bolsa, têm parcelas de renda fixa na carteira. Isso acontece porque, como dissemos, é uma estratégia de proteção contra as oscilações da renda variável.
Agora, conheça quais são os principais investimentos deste grupo, para que você possa tomar uma decisão melhor sobre onde realizar o aporte do seu dinheiro.
Títulos públicos
Os títulos públicos são emitidos pelo Tesouro Nacional e negociados na plataforma do Tesouro Direto. Nessa aplicação, você empresta dinheiro para o governo. Assim, ele tem recursos para investir em projetos, como de infraestrutura, educação, saúde e outros.
Todos os títulos públicos têm garantia do Tesouro Nacional. Esse fator faz com que você já tenha a garantia do País de que a dívida que ele assume com você ao realizar a aplicação será, de fato, cumprida. Ou seja, não há risco de calote.
No jargão do mercado, os títulos do tesouro possuem risco soberano, o que significa que são os investimentos mais seguros do país.
Além disso, o pequeno investidor pode escolher entre quatro modalidades diferentes para realizar os aportes financeiros:
-
- Tesouro Selic (geralmente indicado para reserva de emergência);
- Tesouro IPCA + Com Juros Semestrais (indicado para investimentos de longo prazo, indexados à inflação, com pagamento de juros semestrais);
- Tesouro IPCA + (Taxas definidas de retorno antes da contratação acrescida da inflação do período);
- Tesouro prefixado com juros semestrais (Juros pagos a cada seis meses).
- Tesouro prefixado (Taxa anual definida).
CDBs
Os Certificados de Depósito Bancários (CDB’s) são os investimentos mais conhecidos do público geral.
São títulos de renda fixa onde o investidor empresta o seu dinheiro aos bancos. Em troca, recebe uma rentabilidade pelo tempo em que o valor ficará aplicado.
Neste caso, é possível encontrar produtos prefixados (com taxas fixas) e pós fixados (indexados à taxa do CDI ou outro marcador referencial, como o IPCA).
O prazo de aplicação e retorno sobre investimentos também pode ser bastante variado.
Aqui, é possível encontrar alternativas de aplicações com prazo de carência (onde não é possível retirar o valor antes do prazo), ou CDB’s de liquidez imediata (resgate em até 01 dia útil).
As aplicações podem ser encontradas em corretoras de valores a partir de R$1.000 para rentabilidades pós ou pré fixadas ou a partir de R$100 para CDB’s de liquidez imediata, principalmente em bancos digitais.
Além disso, os CDB`s contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito. Isso significa que o investidor tem uma cobertura de até R$250 mil caso a instituição financeira decrete falência. Assim, você não sai no prejuízo.
Poupança
Apesar da pouca rentabilidade, a poupança é considerada um investimento de renda fixa.
O produto conta com uma fácil aplicação, o que pode ser interessante para pessoas que nunca tenham tido contato com o universo financeiro. Entretanto, a rentabilidade acaba deixando a desejar, já que atualmente, ela está sendo calculada a 70% da Selic + Taxa Referencial (TR).
Outro fator relevante, e que acaba sendo bastante negativo para os seus investimentos, é a de que o pagamento dos rendimentos acontece mensalmente.
Ou seja, se você precisar tirar o dinheiro antes de um mês de aplicação, não terá direito ao rendimento em questão. Além disso, como veremos, existem produtos de renda fixa tão seguros quanto a poupança, mais rentáveis e que rendem diariamente.
Debêntures
As debêntures são títulos de renda fixa onde é possível emprestar o seu dinheiro para uma empresa específica, recebendo um rendimento anual pré acordado. Neste caso, existem dois modelos: as debêntures tradicionais e as incentivadas.
Enquanto as tradicionais você tem o pagamento automático do imposto de renda, na incentivada é possível garantir a isenção da cobrança do imposto para pessoas físicas.
Isso acontece porque esses papéis costumam ter o apoio do Governo Federal por se tratar de algo referente à melhoria de situações que envolvam o bem-estar da população.
Por outro lado, vale lembrar que as debêntures não possuem a garantia do FGC.
LCI e LCA
A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Câmbio de Agronegócio (LCA) são produtos onde a aplicação do investidor vai diretamente para as organizações que atuam nos setores referentes ao seu nome.
O objetivo de arrecadação de patrimônio, neste caso, visa a melhoria dos setores em questão, o investidor também não tem cobrança de imposto de renda diante dos rendimentos.
Esses ativos geralmente são emitidos por bancos específicos, que também podem disponibilizar alternativas entre prefixado ou pós fixado. Além disso, o produto conta com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) em caso de problemas financeiros por parte do emissor.
CRI e CRA
Bastante similares às LCI’s e LCA’s, o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e o Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), também possuem o objetivo de financiar cada um o setor abrangente.
Entretanto, alguns pontos deve ser bem avaliados antes de realizar o aporte, como:
- Prazo do papel;
- Retorno sobre o investimento;
- Risco.
Mesmo não sendo tão popular como as outras alternativas, esse pode ser um investimento interessante na carteira dependendo da estratégia montada pensando no longo prazo. Os CRI`s e CRA`s não possuem garantias do FGC.
LFs
As Letras Financeiras são títulos de renda fixa emitidos, como o próprio nome já identifica, por financeiras. O objetivo, como o de toda renda fixa, é financiar sua operação. Os prazos variam de médio para longo prazo e as taxas podem ser pré fixadas, pós fixadas ou hibridas.
As aplicações que não são emitidas pelo governo tendem a ser mais arriscadas, sem contar que as LFs NÃO contam com a garantia do FGC. Em contrapartida, as LFs tendem a oferecer boas taxas para o investidor.
Letra de câmbio (LC)
Ao contrário do que muita gente pensa, a Letra de Câmbio não está atrelada a compra de moedas estrangeiras. Trata-se de um título de crédito, assim como os CDBs. Esses títulos costumam oferecer boas rentabilidades e prazos variados. As taxas podem ser pré fixadas, pós fixadas e híbridas (IPCA +). As LCs possuem garantia do FGC.
Letra Hipotecária (LH)
As LHs são títulos de renda fixa que seguem a mesma dinâmica das LCIs, ou seja, são títulos de dívida emitidos por financeiras para financiamento do mercado imobiliário.
Uma de suas principais vantagens é que, assim como as LCIs, as LHs também oferecem isenção de imposto de renda. As taxas e prazos também são variados podendo ser pré fixadas, pós fixadas ou híbridas. Atualmente, o mercado não tem utilizado muito esse tipo de renda fixa. Além disso, as LHs possuem a garantia do FGC.
Preparamos a tabela abaixo para que você tenha um resumo das principais informações sobre os títulos de renda fixa:
Quanto rende mensal investir em renda fixa?
O valor do rendimento dependerá muito do tipo de investimento que você contratar. Caso ele seja pós-fixado, o cálculo poderá ser mutável, já que ele poderá ser indexado a outras taxas e variáveis.
Por exemplo, se você aplica em um título que tem o IPCA como referência (benchmark) a sua rentabilidade tende a oscilar um pouco, já que esse índice tende a oscilar.
Já no prefixado, você encontrará taxas fixas, facilitando o cálculo. Por exemplo, se for acordado, no momento da aplicação, uma rentabilidade de 1% ao mês, você consegue fazer o cálculo do retorno final até a data de vencimento do título, pois essa porcentagem não muda.
É seguro o investimento em renda fixa?
Grande parte dos investimentos de renda fixa são extremamente seguros. Afinal, os títulos públicos, como o Tesouro Direto, possuem a garantia do Tesouro Nacional.
Já os CDB’s, LCI’s e LCA’s, LC´s e LH´s contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que assegura a proteção do valor investido em até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira.
Já os produtos como debêntures, CRI’s e CRA’s e LF´s, não contam com nenhum tipo de proteção. Porém, eles tendem a ter uma rentabilidade bastante superior aos títulos públicos.
Isso acontece porque no mercado financeiro, o risco tende a ser “recompensado” com uma maior taxa de retorno (taxa de juros).
Como é a cobrança do imposto de renda?
Mesmo que alguns produtos de renda fixa sejam isentos de imposto de renda, grande parte deles contam com a cobrança da taxa referente à Receita Federal.
Neste caso, a cobrança é realizada de maneira regressiva entre taxas de 22,5% a 15%.
Ou seja, quanto mais tempo você deixar o dinheiro aplicado, menor será o valor cobrado de imposto.
A tabela regressiva do Imposto de Renda para a renda fixa é:
- De 0 a 6 meses: 22,5%;
- De 6 meses a 1 ano: 20%;
- De 1 a 2 anos: 17,5%;
- Acima de 2 anos: 15%.
Em relação à tributação do IOF na renda fixa, esse imposto somente é cobrado se o seu dinheiro ficar aplicado por um período inferior a 30 dias.
Vale a pena investir em renda fixa?
Como podemos acompanhar ao longo do conteúdo, a maioria dos produtos de renda fixa são destinados a perfis conservadores .
Desta maneira, o investidor além de ter diferentes opções para alocar o seu dinheiro, consegue montar uma carteira de investimentos diversificada, mesclando a proteção e o risco para buscar boas oportunidades.
E mesmo que as taxas não sejam iguais às de outras épocas, a renda fixa é algo que não deve ser deixado de lado na carteira de um investidor, independentemente do seu perfil — identificado por meio do teste suitability.
Mesmo com a taxa Selic com baixa histórica, essa ainda é uma opção para muitos que buscam diversificar sua carteira de ativos.
Por isso, começar a investir em renda fixa pode ser o caminho ideal para se habituar com o universo financeiro e começar a multiplicar seu patrimônio. Então, para saber se vale a pena investir em renda fixa e em qual produto aplicar, você precisa ter os seus objetivos em mente.
Normalmente, os investidores iniciantes e conservadores têm 100% do seu patrimônio aplicado em renda fixa (diversificando entre títulos públicos e privados). Já aqueles que se arriscam na renda variável, reservam somente uma parcela para a renda fixa como fator de proteção.
Os títulos de renda fixa pré fixados também compõem a carteira de um investidor agressivo. Já que esse tipo de renda fixa, pode oscilar durante o período, devido a oscilação da taxa de juros.
Como investir em renda fixa?
Para investir em renda fixa você pode optar pelo site do Tesouro Nacional, corretoras de investimentos ou pelas plataformas dos bancos. A escolha dependerá do tipo de produtos e taxas negociadas.
Esse tipo de investimento, apesar de ser considerado de baixo risco, necessita de estratégias para garantir os melhores resultados. Por isso, se quer investir em renda fixa, confira nossas dicas:
Pesquise e compare as melhores opções
Conforme o seu perfil e objetivos, faça uma pesquisa e compare as melhores opções de prazo e taxa. Dentro da categoria de renda fixa, há diversas condições e diferentes produtos. Então, avalie o que mais se encaixa nas suas expectativas e realidade financeira atual.
Conheça as taxas e tributos cobrados
A Selic está em um patamar bastante baixo se comparado com anos passados , impactando a rentabilidade da renda fixa. Para evitar prejuízos, conheça antecipadamente os impostos e taxas que serão cobradas ao investir nessa categoria de aplicações.
Vantagens e desvantagens de investir em renda fixa
Como em qualquer investimento, a renda fixa oferece vantagens e desvantagens ao investidor. Por isso, conheça quais são elas.
Vantagens da renda fixa
Agora, confira as principais vantagens e benefícios de ter esses produtos de baixo risco na sua carteira de investimentos.
Alta liquidez
Quando um ativo é facilmente convertido em dinheiro, ele possui alta liquidez, o que é importante para alguns investidores. Se é o seu caso, a renda fixa e, principalmente, alguns desses ativos são interessantes.
Um dos exemplos disso são títulos públicos, devido ao expressivo volume de operações, a liquidez desses títulos é alta. Ou seja, o investidor não deve se preocupar se precisar resgatar o título antes do prazo.
Lembrando também que a maioria dos títulos de renda fixa possui disponibilidade de liquidez diária.
Diversificação
A renda fixa é um investimento ideal para diversificar sua carteira, pois você pode realizar aplicações em diversos ativos, de diversos benchmarks, conforme seus objetivos e tempo de resgate, que pode ser de curto, médio a longo prazo.
Isenção de Imposto de Renda
A renda fixa tem aplicações que não há incidência de Imposto de Renda (IR). Alguns exemplos são:
- Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI)
- Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA)
- Letra de Crédito Imobiliário (LCI)
- Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)
- Letra Hipotecária (LH)
Previsibilidade
Com boa rentabilidade a longo prazo, a renda fixa possui previsibilidade dos rendimentos que serão obtidos com cada aplicação. Dessa forma, é possível alinhar as estratégias, investimento aos objetivos do investidor.
Segurança
Os investimentos possuem risco, um dos maiores é o investidor perder o capital investido. Contudo, na renda fixa, em várias classes de ativos, pode-se contar com o FGC (Fundo Garantidor de crédito) para garantir a segurança dos seus investimentos.
O Fundo Garantidor de Crédito que, em caso de falência da instituição onde o investidor aplicou seu dinheiro, o FGC realiza o pagamento ao credor.
Desvantagens da renda fixa
Todo investimento tem os seus pontos fortes e aqueles que devem ser colocados na balança. As principais desvantagens da renda fixa são:
Ganhos a médio e longo prazo
A renda fixa não é uma opção para ganhos em curto prazo, já que a rentabilidade desse investimento aumenta conforme o tempo do investimento. Os ganhos são maiores a médio e longo prazo.
No entanto, nos investimentos, é preciso esquecer a ideia que enriquecer rápido, ou de ganhos fáceis. Nem mesmo na bolsa de valores isso acontece de maneira fácil e rápida.
Os assessores podem indicar as melhores aplicações em renda fixa, conforme o seu perfil de investidor, objetivos e estratégias que pretende utilizar.
Renda fixa ou renda variável?
A renda fixa permite que o investidor tenha uma previsão da rentabilidade, enquanto na renda variável, não é possível garantir a taxa de retorno , pois nessa modalidade de investimento há oscilações do mercado que impactam a sua rentabilidade.
Tanto a renda fixa quanto a variável são boas opções de investimento, porém, é preciso analisar quais são seus objetivos como investidor, perfil, cenário econômico, entre outros fatores que podem influenciar na modalidade escolhida.
Então, a escolha entre esses dois tipos de produtos dependerá da sua tolerância aos riscos, conhecimentos e objetivos.
Investir em renda fixa por banco ou corretora?
O investidor pode escolher como realizar as aplicações em renda fixa, algumas das opções são investir por um banco ou corretora de valores.
Investir em renda fixa em banco
Os bancos oferecem vários tipos de investimento em renda fixa. Contudo, geralmente o banco só oferece produtos do próprio banco se dar outras opções para o investidor avaliar. Ou seja, o investidor fica impossibilitado de diversificar a carteira.
Investir em renda fixa em corretora
Outra forma de investir em renda fixa é em uma corretora de valores. Ao investir em uma corretora, é possível falar com especialistas, ter acesso à um shopping financeiro e tudo com muita segurança.
É importante ficar muito atento pois existem algumas empresas que se apresentam como sendo corretoras de valores mas na verdade não são regulamentadas pela CVM (comissão de valores mobiliários).
Na dúvida, conte com um assessor de investimentos para ajudá-lo a escolher de acordo com a sua realidade. Assim, evita escolhas equivocadas e prejuízos irreversíveis no futuro.
Conclusão
Como você pode perceber, a renda fixa é um investimento que oferece muitas oportunidades ao investidor. Para uma boa rentabilidade, utilize estratégias para otimizar seus resultados e conte com a ajuda de um especialista.
Para ficar por dentro do mercado financeiro, seja renda fixa, seja renda variável, continue acompanhando o blog da Atrio Invest!