Em qualquer área da vida, tomar decisões nem sempre é um processo racional. É por isso que, no mercado financeiro, existem estudos sobre as finanças comportamentais que ajudam a entender determinadas atitudes dos investidores. Entre os vieses pesquisados, está a aversão ao risco.
Esse tipo de comportamento interfere na avaliação objetiva das informações e pode impactar diretamente nas escolhas sobre a composição da carteira de investimentos. Portanto, conhecer esse viés pode ajudá-lo a identificar o quadro e a evitar que ele interfira nas suas decisões.
Neste artigo, você entenderá o que significa aversão ao risco no mercado financeiro e como os investidores podem ser impactados por esse comportamento.
Continue a leitura e descubra!
O que significa aversão ao risco?
A aversão ao risco é um viés cognitivo que representa o receio das pessoas diante da possibilidade de ocorrer uma perda nos investimentos. Logo, é ele que faz com que os investidores renunciem a boas oportunidades de rentabilidade por temer a chance de perder parte de seu capital.
Nesse sentido, vale ressaltar que todo investimento apresenta determinado grau de risco. Além disso, ninguém investe com o objetivo de perder dinheiro e de ter prejuízo, então todo investidor também apresenta certo nível de aversão ao risco.
No entanto, quando essa questão se torna um viés cognitivo, o julgamento é distorcido e afeta a tomada de decisão.
Assim, um investidor pode não se sentir confortável em abrir mão da segurança ao investir e não tolerar a mínima possibilidade de perder dinheiro, por mais remota que seja. Como consequência, isso pode prejudicar o seu sucesso nos investimentos.
Por outro lado, existem investidores mais tolerantes aos riscos. Nesse caso, eles costumam basear suas decisões na relação entre risco e retorno. Portanto, para cada grau de aversão ao risco, o investidor terá um nível de disposição para investir em ativos e produtos financeiros mais ou menos arriscados.
Como a aversão ao risco ocorre no mercado financeiro?
Após saber o que significa a aversão ao risco, vale conferir um exemplo para entender como esse viés se manifesta no mercado financeiro. Suponha que um investidor tenha montado a sua reserva de emergência e esteja pronto para investir com o objetivo de construir capital para a aposentadoria.
Como o foco dos investimentos está no longo prazo, ele poderia se beneficiar de investir na bolsa de valores. Afinal, embora os ativos de renda variável ofereçam maiores riscos, as possibilidades de retorno na renda variável também são mais elevadas.
Ao mesmo tempo, como o foco está no longo prazo, o investidor consegue manejar melhor eventuais perigos. Afinal, ele pode aproveitar as vantagens da maturação do investimento e dos juros compostos para impulsionar e consolidar seu patrimônio. Além disso, ele diminui a exposição à volatilidade.
Contudo, um investidor com grande aversão ao risco dificilmente faria investimentos mais arriscados como esses. Em vez disso, ele optaria por manter os aportes em alternativas seguras e com alta liquidez, como as aplicações de renda fixa.
Como consequência, esse investidor perderia a oportunidade de rentabilizar o patrimônio e de alcançar seu objetivo mais rapidamente. Isso ocorreria porque, para ele, é mais vantajoso ter pouca rentabilidade, mas sem correr o risco de perder dinheiro.
De que forma os investidores são impactados pela aversão ao risco?
Como você viu, os vieses comportamentais e cognitivos podem afetar a sua capacidade de tomar decisões de forma racional. No caso da aversão ao risco, o principal impacto é a perda de oportunidade de ter maiores ganhos.
Esse efeito pode se manifestar de formas diferentes em cada pessoa. Assim, um investidor com aversão ao risco pode deixar de comprar uma ação de uma empresa que ele não possui na carteira por receio de perder dinheiro.
Já outro indivíduo pode não conseguir investir além da renda fixa por medo de sofrer prejuízos na bolsa de valores. Portanto, a aversão ao risco pode ter níveis e impactos diferentes, a depender do perfil do investidor.
Como evitar esse viés ao investir?
Depois de entender que a aversão ao risco pode impactar suas decisões de investimento, é válido saber que existem algumas formas de não ser influenciado por um comportamento enviesado.
Veja quais são as dicas para evitar esses efeitos!
Conheça seu perfil de investidor
Como você aprendeu, o nível de aversão ao risco pode variar de acordo com o perfil do investidor. Por isso, é importante definir a sua tolerância à perda e respeitar suas características ao investir.
Nesse sentido, o perfil de investidor pode ser classificado em:
- conservador: é o investidor com maior aversão ao risco, priorizando segurança e liquidez no momento de investir;
- moderado: representa quem aceita arriscar uma parcela do capital em busca de melhores oportunidades de rentabilidade;
- arrojado: indica o investidor com a maior tolerância ao risco e que almeja melhores rentabilidades, especialmente no longo prazo.
Defina o prazo dos seus objetivos
Outro fator que ajuda a reduzir sua aversão ao risco é estabelecer prazos factíveis para os seus objetivos. Afinal, investir com foco na aposentadoria difere de alocar recursos para fazer uma viagem nas próximas férias.
No momento de escolher os investimentos, eles devem ter características específicas e compatíveis com suas metas. Se o objetivo for investir para construir e rentabilizar o patrimônio, as escolhas devem ser voltadas para o longo prazo.
Além disso, o foco no longo prazo costuma reduzir os impactos dos riscos. Dessa forma, você pode analisar se investimentos mais arriscados podem se encaixar na sua estratégia, visando aumentar o potencial de rentabilidade do seu portfólio.
Diversifique a carteira
Outro meio de reduzir os riscos da sua carteira é diversificar os investimentos. Para isso, é preciso escolher alternativas que estejam expostas a riscos diferentes. Desse modo, você pode criar um portfólio mais sólido.
Afinal, perdas em determinados ativos podem ser compensadas por ganhos em outros, por exemplo. Assim, o equilíbrio pode reduzir seu receio de ter grandes prejuízos financeiros e pode potencializar o retorno da sua carteira de investimentos.
Conte com o apoio de profissionais
Se você ainda tiver dúvidas ou medo de investir, contar com o suporte de uma assessoria de investimentos faz a diferença nesse processo. Graças ao contato com os assessores, você conhecerá diferentes alternativas de investimentos e poderá analisar com mais racionalidade cada uma delas.
Agora você sabe como a aversão ao risco pode interferir nas suas escolhas e nos seus investimentos. Contudo, ao compreender esse viés e ao ter suporte profissional, é possível evitar a influência desse comportamento e se proteger de decisões equivocadas ao compor o seu portfólio.
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