Desde o início da invasão à Ucrânia em 24 de fevereiro, centenas de empresas se afastaram da Rússia. As razões variam desde a dificuldade em fazer negócios devido às certas impostas pelo Ocidente, até o desacordo com a postura adotada pela Rússia no conflito e o recebimento de retaliação dos consumidores.
A gigante da tecnologia Yandex é um exemplo dessa tendência. A empresa, que possui várias unidades em Moscou, incluindo em Moskva-Citi, pediu aos funcionários que esvaziassem os escritórios. Além disso, muitas outras empresas estão optando por um modelo de trabalho híbrido, permitindo que os funcionários dividam seu tempo entre o escritório e a casa, uma estratégia consolidada durante a pandemia de Covid-19.
A resposta de Putin a esses ataques não deve ser negligenciada. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, classificou os ataques como “atos de desespero” e assegurou que a Rússia tomará as medidas necessárias.
Os ataques não se limitam ao distrito financeiro. Em maio, dois drones atingiram o Kremlin, num incidente que ganhou repercussão internacional. Outros alvos incluíram prédios próximos à sede do Ministério da Defesa na margem do rio Moscou e no exclusivo bairro de Rublyovka, reduto da elite política, empresarial e cultural da Rússia.
Enquanto se prepara para uma resposta aos recentes ataques, a Rússia também busca soluções para o conflito com a Ucrânia. O Ministério das Relações Exteriores do país informou que continuar a discutir a possibilidade de uma resolução passou, com a ajuda de intermediários como a China, o Brasil e os países da África.
Essa busca pela paz se tornou evidente durante a cúpula Rússia-África em São Petersburgo na semana passada, onde os líderes africanos encorajaram Putin a encerrar a guerra na Ucrânia. Azali Assoumani, chefe da União Africana, solicitou que o presidente russo busque uma “coexistência” entre a Rússia e a Ucrânia.
Assim, Moscou está no cerne de um desafio duplo. Além de garantir a segurança e a estabilidade econômica do seu centro financeiro, a Rússia deve navegar pelo delicado campo diplomático para encontrar uma resolução para a guerra. Afinal, a paz na região é essencial não apenas para a Rússia, mas para a estabilidade global.
