Oportunidades de investimento fora do Brasil: América Latina, uma visão além do Brasil

A América Latina está atraindo a atenção dos gestores de fundos globais e bancos internacionais. Eles estão vendo um potencial significativo para o crescimento do mercado de ações e retornos atraentes em títulos de moeda local, especialmente com a expectativa de queda nas taxas de juros nos próximos meses

Os bancos centrais dos mercados emergentes foram rápidos em aumentar as taxas, criando agora um espaço para a flexibilização da política monetária à medida que a inflação diminuiu.

Durante o período de alta das taxas de juros, as ações latino-americanas seguiram uma queda acentuada, agravada pela valorização do dólar e retomadas em relação ao mercado chinês. Agora, essas ações estão sendo negociadas a preços abaixo dos seus equivalentes globais.

A relação preço-lucro (P/L) da América Latina nos últimos 12 meses está em 7 vezes, um valor próximo ao menor nível desde 2008. Isso se compara com a média do índice geral de emergentes do MSCI, que está em 10, 5 vezes, e do índice S&P 500, em 18,9 vezes.

No entanto, é crucial lembrar que os mercados emergentes não são homogêneos. É essencial ser criterioso ao investir nesses mercados e escolher países que possam se beneficiar de tendências aceitas.

Olhando além do Brasil

O Brasil é uma das principais escolhas de investimento na América Latina para empresas como BlackRock, Morgan Stanley, Bank of America e Lord Abbett. No entanto, o México também está ganhando destaque, principalmente devido à sua proximidade com os Estados Unidos.

Espera-se um aumento de US$ 155 bilhões nas exportações mexicanas para os EUA nos próximos cinco anos, graças a um maior investimento manufatureiro pelos americanos na região.

O Chile é outro país que merece atenção. Como o Brasil, o Chile é um grande produtor de commodities, especialmente cobre. Com a transição dos veículos movidos a combustão para veículos elétricos, a demanda por cobre deve aumentar, criando uma oportunidade de investimento interessante.

Investindo na América Latina

Os títulos do Tesouro em moeda local são a principal escolha da BlackRock para investimentos no Brasil e no México. O México, por exemplo, está oferecendo um rendimento de 11,13% em seu título público para vencimento em um ano e 9,86% para os títulos de três anos.

O país tem uma classificação de crédito BBB, com perspectiva estável, melhor do que a do Brasil, que está com BB- e perspectiva positiva.

O Bank of America vê oportunidades abertas no mercado de ações. Das nove ações com recomendação de compra em sua carteira LATAM trimestral, duas não são brasileiras: a mexicana Bimbo e a cervejaria chilena CCU.

A Bimbo está bem posicionada para se beneficiar da queda nos preços do trigo, e espera-se que as vendas da empresa cresçam dois dígitos no terceiro trimestre. A cervejaria CCU, por outro lado, deve se beneficiar dos preços mais baixos dos grãos e dos menores custos de embalagem, já que o preço do alumínio caiu 12% em relação ao ano anterior.

Em resumo, a América Latina está mostrando um terreno fértil para investimentos, com várias oportunidades além do Brasil. No entanto, é essencial que os investidores sejam criteriosos e considerem a diversificação geográfica para maximizar seus retornos.

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