Se você tiver interesse em realizar investimentos de renda fixa, é preciso ficar atento às variações das taxas de juros. Afinal, essas mudanças podem influenciar na rentabilidade das aplicações financeiras disponíveis no mercado — principalmente aquelas indexadas a indicadores econômicos.
Após o ano de 2022 ser marcado por consecutivos aumentos na Selic — a taxa básica de juros brasileira —, um movimento de baixa pode ter início. Se esse cenário se consolidar, ele pode causar impactos e gerar oportunidades na renda fixa.
Quer saber o que esperar dos investimentos de renda fixa nos próximos meses? Então prossiga com a leitura deste conteúdo.
Boa leitura!
O que é a taxa Selic?
Como você já viu, a taxa Selic é a taxa de juros da economia brasileira. Ela é uma ferramenta que integra a política monetária nacional, sendo usada pelo Banco Central (Bacen) para o controle da inflação no país.
Por ser um indicador básico, a Selic serve como referência para o cálculo dos juros do país, como em empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras. Assim, quando a Selic está em baixa, o crédito fica mais acessível, enquanto uma Selic em alta restringe o acesso ao crédito.
Vale destacar que a Selic é definida pelo Comitê de Política Nacional (Copom) em reuniões que acontecem a cada 45 dias. Nesses encontros, há a avaliação de diversos fatores, como a inflação, a economia global e o mercado nacional.
Após discutir os dados coletados, os membros do Copom decidem pela ampliação, manutenção ou queda dos juros.
Qual a relação da Selic com os investimentos de renda fixa?
Após conferir o que é a taxa Selic e como ela é definida, vale compreender qual é a relação dela com os investimentos de renda fixa. Nesse sentido, considere que as aplicações financeiras de renda fixa funcionam como um empréstimo.
Neles, você é o credor da quantia emprestada, enquanto o emissor do título é o devedor. Em contrapartida, na data de vencimento do título, você recebe o montante investido somado a uma taxa de juros.
Essa taxa pode ser:
- prefixada: definida um percentual fixo e que incide em todo o período de investimento;
- pós-fixada: indexada a um indicador financeiro, como a própria Selic;
- híbrida: formada por um percentual fixo mais o desempenho de um indicador econômico.
As variações na taxa básica de juros influenciam nos resultados de todos os investimentos de renda fixa. Quando o título é indexado à taxa Selic ou ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI) — uma taxa que acompanha a Selic — o impacto é direto.
Já em títulos prefixados e híbridos indexados a outros indicadores econômicos, a influência é indireta. Para entender como isso acontece, é preciso conhecer a marcação a mercado.
Nessas aplicações, o pagamento total dos juros combinados ocorre apenas se o título for levado até a data de vencimento. Porém, se o investidor quiser fazer o resgate antecipado, é possível vender o título no mercado pelo seu preço atualizado naquele momento.
Logo, a depender das variações da Selic, os títulos já existentes e que ainda não venceram podem sofrer valorizações ou quedas. Diante da queda da Selic, por exemplo, os títulos atuais tendem a se valorizar — e vice-versa.
Como está a taxa Selic atualmente?
Como você viu, a taxa Selic pode ser alterada a cada 45 dias. Logo, essa informação pode variar ao longo do tempo. Na reunião de setembro de 2022, a decisão foi de manter a Selic 13,75% ao ano. Ou seja, a taxa manteve o valor que tinha sido definido em agosto com a intenção de reduzir a inflação.
Vale destacar que a inflação retrata o aumento generalizado de produtos e serviços ao longo do tempo, sendo medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Quando ela aumenta, a tendência é que haja uma queda do poder de compra da população.
Aumentando a Selic, o crédito fica mais caro, a economia desacelera e as pessoas passam a consumir menos, dando preferência ao que é essencial no dia a dia. A falta de demanda no mercado tende a fazer com que os preços de produtos e serviços caiam, reduzindo a inflação.
Qual a projeção da taxa Selic nos próximos meses?
Sabendo que a taxa Selic estava em alta em setembro de 2022, é possível que você queira saber qual é a sua projeção nos próximos meses.
Segundo o relatório Focus de 16 de setembro de 2022, as perspectivas indicam a redução da Selic para 2023. O cenário traçado prevê que a taxa básica de juros fique em torno de 11,25% em 2023, em 8,00%, em 2024 e chegue a 7,50%, em 2025.
Parte dessa projeção encontra justificativa na redução da inflação, iniciada a partir do mês de julho de 2022, quando o IPCA ficou negativo em -0,68%. Isso se deu em razão da Lei Complementar 194/22, que reduziu os impostos sobre os combustíveis, energia elétrica e comunicações.
Ademais, a projeção de baixa na Selic é endossada por economistas e instituições financeiras. Porém, a expectativa é que o Banco Central reduza os juros lentamente, iniciando os cortes a partir de junho de 2023, até chegar a 11,00% no final do ano.
Como aproveitar os investimentos de renda fixa nesse momento?
Embora as projeções de baixa da Selic e de inversão da curva de juros possam não se confirmar, é importante saber como aproveitar a renda fixa nesse momento de alta.
Como você aprendeu, o aumento nos juros torna a renda fixa mais atrativa. Diante da tendência de baixa, pode ser interessante dar uma maior atenção aos títulos prefixados. Afinal, se os juros caírem, as aplicações desse tipo que já foram realizadas tendem a ficar mais atrativas.
Além disso, os ganhos podem acontecer no curto ou no longo prazo. Com a queda dos juros, é esperado que esses títulos valorizem com a marcação a mercado, permitindo a venda com lucro no curto prazo. Do contrário, basta mantê-los até o vencimento para receber os juros combinados.
De toda forma, não se esqueça de que a tomada de decisão deve observar o seu perfil e objetivos. Assim, caberá a você decidir se esse tipo de investimento é adequado à sua estratégia. Em caso de dúvidas, não deixe de consultar uma assessoria de investimentos qualificada.
Agora você sabe que os investimentos de renda fixa são beneficiados pelo aumento dos juros e que este atual ciclo de alta pode estar próximo do fim. Se quiser aproveitar esse movimento, não se esqueça de avaliar o seu perfil e objetivos para tomar decisões mais acertadas.
Quer conhecer melhor as alternativas de renda fixa disponíveis no mercado? Entre em contato com um de nossos assessores através do formulário abaixo!!!