Existem diversas estratégias para operar no mercado financeiro, então é comum encontrar alternativas que você não conhece. Porém, algumas se destacam e podem agregar às suas operações, seja para quem deseja investir ou especular no mercado. É o caso das operações estruturadas.
Você já ouviu falar delas? É comum que o investidor iniciante seja apresentado ao COE (certificado de operações estruturadas). Mas, além desse produto, o mercado permite que você monte as suas próprias estruturas.
Então, que tal explorar melhor esse conceito para aprender a usá-lo? Acompanhe a leitura e descubra o que são e como funcionam as operações estruturadas!
O que são operações estruturadas?
As operações estruturadas são combinações de diferentes operações visando um objetivo no mercado financeiro. Elas podem ser montadas com aplicações de renda fixa, investimentos de renda variável do mercado à vista ou com derivativos.
Quando se fala em aplicações de renda fixa, as estruturas podem ser feitas com títulos do Tesouro Direto, certificados de depósito bancário (CDBs), letras de crédito imobiliário e do agronegócio (LCI e LCA) e outros. Nesses casos, é comum que elas façam parte de alguns COEs — como você verá mais adiante.
Em relação à renda variável, no mercado à vista são encontrados investimentos como ações, fundos imobiliários (FIIs), fundos de índice (ETFs), entre outros. Já os derivativos são alternativas que derivam de um ativo principal. Por exemplo, as opções e os contratos futuros.
Combinar diferentes alternativas permite montar carteiras com características únicas. A depender do seu perfil e objetivos, você poderá criar estruturas com variados níveis de risco e potencial de rendimento.
Assim, o comportamento da sua estrutura é diferente do que seria observado ao investir em apenas uma alternativa do mercado, por exemplo. Ainda, elas podem servir para outros propósitos — que vão além da rentabilização do portfólio.
Para que as operações estruturadas servem?
Entendendo o conceito dessas operações, vale saber que investidores e especuladores costumam utilizá-las para buscar resultados diferenciados. Em geral, são feitas operações combinadas na tentativa de melhorar o desempenho ou proteger o portfólio.
Por exemplo, a maneira mais tradicional de investir em ações é atuar na ponta compradora e aguardar a valorização do ativo. Assim, ele poderá ser vendido por um preço maior — viabilizando lucros na operação. Contudo, não é possível prever quando ou se a ação, de fato, se valorizará.
Imagine que você tenha comprado o papel, mas ele começa a se desvalorizar. Nesse cenário, você poderá ficar preso à sua posição ou terá que vendê-lo mais barato do que pagou. No entanto, ambas as alternativas podem ser ineficientes, já que há riscos relacionados às duas possibilidades.
Assim, montar operações estruturadas pode ser uma boa estratégia para se beneficiar de diferentes cenários e condições do mercado. Com elas, seria possível, por exemplo, evitar desconforto em relação à sua carteira em um momento de queda do mercado.
Para entender melhor, considere uma estrutura na qual você se posiciona na compra de um papel e na compra de uma opção de venda daquele mesmo ativo. Em caso de alta, você poderá realizar lucro com a operação comprada. Por outro lado, se o mercado cair, será possível mitigar as perdas.
Existem diversos tipos de estruturas podem ser feitas, seja para potencializar os ganhos, equilibrar o risco e o retorno da sua carteira, entre outras possibilidades. A escolha da operação e a montagem da estrutura dependerá dos seus objetivos pessoais em relação a ela.
Quais os principais tipos de operações estruturadas?
Depois de conferir o conceito de operações estruturadas e para que elas servem, vale a pena conhecer os principais tipos. Veja!
Operações estruturadas via COE
Ao estudar sobre operações estruturadas, você pode se deparar com o certificado de operações estruturadas. O COE é um produto emitido por instituições financeiras e, nesse caso, não há participação do investidor na montagem das estruturas.
A instituição que emite o COE pode combinar uma série de ativos, produtos e derivativos e ofertar aos seus clientes de acordo com perfil, prazo e a rentabilidade. No Brasil, a emissão de COE é feita em duas principais modalidades:
- valor nominal protegido: o investidor não perde o capital investido. Caso a estrutura não seja rentável, ele receberá o montante investido de volta (sem atualização monetária);
- valor nominal em risco: nessa modalidade, o capital investido fica exposto aos riscos da estrutura. Mas o prejuízo não poderá ser maior que o montante investido.
É comum que o COE seja buscado por investidores que desejam diversificar o portfólio. Além disso, por reunir elementos de renda fixa e renda variável, esses certificados permitem que o investidor iniciante experimente um grau adicional de riscos sem estar diretamente exposto à volatilidade da renda variável, por exemplo.
Estruturas com ações e opções
É bastante comum a utilização das opções para a montagem de operações estruturadas. As opções são derivativos financeiros representados por contratos em que são negociados os direitos de compra e venda de um ativo em data futura.
Na data de vencimento, o titular da opção poderá escolher se exercerá ou não o seu direito — que pode ser de compra ou venda. Por outro lado, a parte que lançou a opção (lançador) terá a obrigação de cumprir com o contrato caso o titular decida exercer o direito.
Normalmente, as estruturas com opções levam nomes específicos. Veja alguns exemplos:
- venda coberta ou financiamento;
- booster;
- fence;
- seagull;
- collar;
- etc.
Vale ressaltar que essas alternativas que envolvem o uso de opções e ativos específicos — como as ações — é possível, ainda, compor estruturas que envolvam apenas ações, por exemplo. É o caso da estratégia long e short.
Quais as vantagens e riscos?
Uma das principais vantagens de incluir operações estruturadas em sua carteira é a diversificação que elas proporcionam. Como você combinará diferentes elementos — entre ativos e derivativos —, seu capital estará exposto a mais alternativas do mercado e, assim, a diversos resultados.
Outra vantagem dessas operações é o controle de risco. Afinal, como você já sabe, é possível montar estruturas para diluir os riscos do portfólio ou de parte da carteira.
Já em relação aos riscos, é preciso ter bastante cautela no momento de montar uma estrutura. Caso ela seja montada de forma equivocada, há riscos de não gerar os resultados esperados ou, até mesmo, de potencializar os prejuízos.
Ainda, a utilização de derivativos nas estruturas pode ser um desafio para quem não detém muito conhecimento sobre o mercado. Portanto, o ideal é estudar bem as alternativas que serão utilizadas em cada combinação — ou buscar suporte profissional nesse momento.
Como montar uma operação estruturada?
Sabendo mais sobre as operações estruturadas, você deve estar curioso sobre como montá-las. Como você aprendeu, as alternativas mais utilizadas para essa finalidade são os COEs, as ações e as opções.
Os COEs costumam ser mais práticos, mas têm a desvantagem de o investidor não participar da montagem das estruturas. Logo, você terá um produto na carteira que não é 100% customizado para as suas necessidades.
Além disso, é importante ter em mente que, apesar de sua composição envolver estruturas, o COE é um investimento. Por isso, eles podem estar mais alinhados à carteira de quem procura diversificar o portfólio.
Por outro lado, as operações com ações e opções permitem um alto nível de personalização. Contudo, elas são mais complexas e exigem um nível de conhecimento mais aprofundado de mercado. Afinal, cada operação tem um objetivo e um formato específico de montagem.
Portanto, se você tem interesse em contar com as operações estruturadas em sua estratégia, vale a pena considerar buscar orientação profissional para reduzir as chances de erros. Um assessor de investimentos, por exemplo, pode explicar o funcionamento de cada alternativa. Assim, será mais fácil de escolher aquelas mais apropriadas para seus objetivos.
Neste artigo, você aprendeu o que são operações estruturadas e, agora, poderá incluí-las em sua estratégia — se isso fizer sentido para você. Mas não deixe de considerar o seu perfil de investidor e objetivos antes de investir e operar no mercado financeiro.
Quer saber mais sobre operações estruturadas? Entre em contato conosco e esclareça as suas dúvidas!